Impeachment de Dilma Rousseff

Impeachment de Dilma Rousseff
Acusada Dilma Rousseff
Proponentes Hélio Bicudo, Janaína Paschoal, Miguel Reale Júnior
Período 2 de dezembro de 2015 a 31 de agosto de 2016
Acusações Crimes de responsabilidade por pedaladas fiscais e por créditos suplementares sem autorização legislativa.
Principais votações
Na Câmara quanto à admissibilidade
Placar
  • 367 favoráveis
  • 137 contrários
  • 7 abstenções
  • 2 ausentes
Resultado Processo enviado para o Senado Federal
No Senado quanto à admissibilidade
Placar
  • 55 favoráveis
  • 22 contrários
  • 2 faltas
Resultado Dilma fica afastada do mandato por até 180 dias

Temer assume como presidente interino

No Senado quanto à cassação
Placar
  • 61 favoráveis
  • 20 contrários
Resultado Cassado o mandato de Dilma Rousseff como presidente da República

Vice, Michel Temer, definitivamente empossado presidente

No Senado quanto à inelegibilidade
Placar
  • 42 favoráveis
  • 36 contrários
  • 3 abstenções
Resultado Dilma ainda pode assumir cargos públicos, inclusive eletivos

O impeachment de Dilma Rousseff consistiu em um processo iniciado com vistas ao impedimento da continuidade do mandato de Dilma Rousseff como presidente da República Federativa do Brasil.[1] O processo iniciou-se com a aceitação, em 2 de dezembro de 2015, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de uma denúncia por crime de responsabilidade oferecida em 15 de outubro de 2015[2] pelo procurador de justiça aposentado Hélio Bicudo e pelos advogados Miguel Reale Júnior e Janaina Paschoal,[3][4][5] e se encerrou no dia 31 de agosto de 2016, resultando na cassação do mandato de Dilma. Assim, Dilma Rousseff tornou-se a quarta pessoa a exercer o cargo de Presidente da República a sofrer impeachment no Brasil, depois de Fernando Collor, Café Filho e Carlos Luz.

As acusações versaram sobre desrespeito à lei orçamentária e à lei de improbidade administrativa por parte da presidente, além de lançarem suspeitas de envolvimento em atos de corrupção na Petrobras, que eram objeto de investigação pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava Jato.[6] Havia, no entanto, juristas que contestavam a denúncia dos três advogados, afirmando que as chamadas "pedaladas fiscais" não caracterizaram improbidade administrativa e que não existia qualquer prova de envolvimento da presidente em crime doloso que pudesse justificar o impeachment.[7][8][9][10][11]

A partir da aceitação do pedido, formou-se uma comissão especial na Câmara dos Deputados, a fim de decidir sobre a sua admissibilidade. O roteiro começou com os depoimentos dos autores do pedido e teve seguimento com a apresentação da defesa de Dilma. Enquanto isso, manifestações de rua a favor e contra o impedimento ocorriam periodicamente em todo o país.[12][13]

O relatório da comissão foi favorável ao impedimento da presidente Dilma: 38 deputados aprovaram o relatório e 27 se manifestaram contrários.[14] Em 17 de abril, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o relatório com 367 votos favoráveis e 137 contrários. O parecer da Câmara foi imediatamente enviado ao Senado, que também formou a sua comissão especial de admissibilidade, cujo relatório foi aprovado por 15 votos favoráveis e 5 contrários.[15] Em 12 de maio o Senado aprovou por 55 votos a 22 a abertura do processo, afastando Dilma da presidência até que o processo fosse concluído. Neste momento, o vice-presidente Michel Temer assumiu interinamente o cargo de presidente.[16] Em 31 de agosto de 2016, Dilma Rousseff foi afastada do cargo de Presidente da República após três meses de tramitação do processo iniciado no Senado, que culminou com uma votação em plenário resultando em 61 votos a favor e 20 contra o impedimento.[17] Porém, em seguida, o Senado rejeitou, por 42 votos a 36, a inabilitação de Dilma para exercer cargos públicos por oito anos, conforme previa a constituição.[18][19]

  1. Mariana Schreiber (2 de dezembro de 2015). «Dilma sob ameaça: Veja como é o processo de impeachment». BBC. Consultado em 5 de dezembro de 2015 
  2. Ana Fernandes (15 de outubro de 2015). «Bicudo e Reale Jr. protocolam novo pedido de impeachment». Exame. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  3. «Denúncia apresentada por Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaina Paschoal ao Presidente da Câmara dos Deputados» (PDF). 15 de outubro de 2015. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  4. «Leia a íntegra do pedido de impeachment de Dilma aceito por Eduardo Cunha». GaúchaZH. 2 de dezembro de 2015. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  5. Felipe Amorim e Marina Motomura (2 de dezembro de 2015). «Eduardo Cunha aceita pedido de impeachment da oposição contra Dilma». UOL. Consultado em 6 de dezembro de 2015 
  6. Felipe Amorim (2 de dezembro de 2015). «Veja 8 razões a favor e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff». Uol. Consultado em 6 de dezembro de 2015 
  7. Mariana Schreiber (21 de outubro de 2015). «Qual seria o curso de um eventual processo de impeachment?». BBC. Consultado em 6 de dezembro de 2015 
  8. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome duas
  9. Dalmo de Abreu Dallari (7 de outubro de 2015). «Parecer de Dalmo de Abreu Dallari contra o impeachment de Dilma». JOTA. Consultado em 20 de março de 2016. Arquivado do original em 22 de dezembro de 2015 
  10. «Parecer de Fabio Konder Comparato e Celso Antônio Bandeira de Mello» (PDF). 30 de setembro de 2015 
  11. Natalia Viana (4 de dezembro de 2015). «Comparato: "O impeachment hoje é absolutamente ilegítimo"». apublica.org. Consultado em 13 de abril de 2016 
  12. Nathalia Passarinho e Fernanda Calgaro (17 de março de 2016). «Câmara elege membros de comissão que analisará impeachment de Dilma». G1. Consultado em 1 de janeiro de 2016 
  13. Mariana Schreibe (14 de março de 2016). «Cinco visões: como os protestos vão impactar o processo de impeachment. BBC Brasil. Consultado em 1 de abril de 2016 
  14. Fabiana Maranhão e Ricardo Marchesan (12 de abril de 2016). «Parecer favorável ao impeachment de Dilma é aprovado em comissão da Câmara». UOl Notícias. Consultado em 12 de abril de 2016 
  15. Felipe Amorim (6 de maio de 2016). «Por 15 votos a 5, comissão do Senado aprova relatório a favor de impeachment». UOL. Consultado em 10 de maio de 2016 
  16. «Processo de impeachment é aberto, e Dilma é afastada por até 180 dias». G1. 12 de maio de 2016. Consultado em 12 de maio de 2016 
  17. «Senado aprova impeachment de Dilma, e Temer será efetivado presidente do Brasil». UOL Notícias. 30 de agosto de 2016. Consultado em 30 de agosto de 2016 
  18. Felipe Amorim, Leandro Prazeres e Ricardo Marchesan (31 de agosto de 2016). «Senado rejeita inelegibilidade e perda de funções públicas de Dilma». Istoé 
  19. Rodrigo Lobregat (agosto de 2016). «Considerações preliminares sobre o impeachment sem perda dos direitos políticos». Jus Brasil. Consultado em 5 de fevereiro de 2020 

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