Intencionalidade

Este termo é um conceito filosófico preciso.
 Nota: Se procura o conceito da filosofia da linguagem, veja Intensão (filosofia). Se procura a ideia de tentar ou fazer alguma coisa com um propósito, veja Vontade.

Intencionalidade é o poder das mentes para ser sobre algo: para representar coisas, propriedades e estados de coisas.[1] A intencionalidade é atribuída principalmente a estados mentais, como percepções, crenças ou desejos, razão pela qual é considerada como a marca característica do mental por muitos filósofos. Uma questão central para as teorias de intencionalidade é o problema da inexistência intencional: determinar o estado ontológico das entidades que são os objetos dos estados intencionais.

O conceito de intencionalidade foi recuperado por Franz Brentano da Escolástica, uma subcategoria dentro da filosofia medieval para definir o estatuto da consciência, qualificada por estar dirigida para algo, ou de ser acerca de algo, possuída pela maior parte dos nossos estados conscientes. O termo foi mais tarde usado por Edmund Husserl, que defendeu que a consciência é sempre intencional. A intencionalidade distingue a propriedade do fenómeno mental: ser necessariamente dirigido para um objecto, seja real ou imaginário. É neste sentido, e na fenomenologia de Husserl, que este termo é usado na filosofia contemporânea.[2]

As nossas crenças, pensamentos, anseios, desejos, são sempre acerca de alguma coisa. Do mesmo modo, as palavras que usamos para exprimir essas crenças e outros estados mentais são acerca de coisas. O problema da intencionalidade consiste na compreensão da relação que se verifica entre um estado mental, ou a sua expressão, e as coisas acerca das quais esse estado mental se constitui como tal.[3]

  1. Jacob, P. (31 de agosto de 2010). «Intentionality». Stanford Encyclopedia of Philosophy. Consultado em 21 de dezembro de 2012 
  2. Simon Blackburn – Dicionário de Filosofia, 1997. Tradução portuguesa Ed. pela Gradiva.
  3. Mautner, T. The Penguin Dictionary of Philosophy. Penguin Books Ltd, 1997. Ed. Portuguesa – Edições 70, 2010.

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