Jornadas de Julho

Jornadas de Julho
Parte de Revolução Russa

Manifestantes nas ruas de Petrogrado durante os protestos de julho.
Período 3 – 6 de julho de 1917 [nota 1]
Local Petrogrado,  Rússia
Causas Insatisfação com o Governo Provisório Russo
Objetivos Transferência do poder aos sovietes e aplicação de reformas
Características Manifestações
Marchas em protesto
Conflitos armados
Resultado Fracasso na realização dos objetivos dos manifestantes

Jornadas de Julho foram uma série de protestos ocorridos em Petrogrado em julho de 1917, conduzidos pelos anarcocomunistas, socialistas revolucionários e bolcheviques, que tinham como objetivo derrubar o Governo Provisório Russo e transferir o poder aos sovietes. Os protestos, motivados pelo agravamento da situação econômica e pela oposição ao reinício das ações militares, se deram em meio a uma crise governamental desencadeada pela demissão dos ministros do Partido Constitucional Democrata (kadetes).[1] As manifestações foram o resultado de um amplo descontentamento popular com as ações do governo de coalizão entre socialistas e liberais e do desejo de que os sovietes tomassem o poder e aplicassem as reformas pedidas pelos trabalhadores.[2]

As manifestações se sucederam ao longo de três dias em que os manifestantes, liderados por socialistas revolucionários de esquerda, anarquistas e bolcheviques, exigiam que o Soviete de Petrogrado tomasse o poder do Governo Provisório para aplicar um programa radical de reformas. A rejeição dos mencheviques — que então lideravam o soviete — em aceitar tal exigência e a falta de uma direção política alternativa fizeram com que os protestos fracassassem. A falta de apoio às manifestações nas províncias e entre os dirigentes do soviete da capital, bem como o apoio de algumas unidades militares de Petrogrado aos dirigentes do soviete após acusações de que Lênin seria conivente com os alemães, permitiu ao soviete pôr um fim nos protestos e que retomasse o controle na capital.

O rechaço da tentativa de um golpe de Estado causou um breve enfraquecimento do partido bolchevique que, no entanto, voltou a crescer com força após o golpe de Kornilov no começo de setembro. O Soviete de Petrogrado, precursor do sistema dos sovietes instaurado após a Revolução de Fevereiro e então controlado pelos moderados, se negou a tomar o poder como exigiam os manifestantes, contribuindo de forma decisiva para o fracasso da intentona.[3] O fracasso dos protestos representaram uma vitória para os defensistas,[nota 2] que ainda tinham apoio majoritário nas províncias; porém, ante a ausência de reformas e a impossibilidade de formar uma nova coalizão para aplicá-las, seu apoio foi diminuindo ao longo do verão e do outono de 1917.[4]


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  1. Wade 2000, p. 179.
  2. Galili 1989, p. 321.
  3. Radkey 1958, p. 281.
  4. Galili 1989, p. 337.

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