O Senado dos Estados Unidos registra onze afro-americanos eleitos ou nomeados como Senadores ao longo de sua história.[1][2] O Senado estadunidense é a câmara alta do Congresso dos Estados Unidos que, por sua vez, é o órgão legislativo federal do país. Segundo o Departamento do Censo dos Estados Unidos, um afro-americano é um cidadão ou residente dos Estados Unidos com origens ancestrais em todo o continente africano.[3] No entanto, o termo é geralmente empregado em referência aos estadunidenses cuja ancestralidade esteja ligada aos povos da África subsariana. Durante o processo de organização do governo federal estadunidense, os afro-americanos eram considerados cidadãos de "segunda classe" por conta da economia escravagista.[4] Nenhum afro-americano foi eleito para um cargo político antes da ratificação da Décima Quinta Emenda em 1870, que tornava válido o voto de qualquer cidadão independentemente de cor, raça ou condições anteriores de escravidão. De cada dez senadores, seis eram eleitos por voto popular (incluindo um que havia sido nomeado previamente pelo governo estadual), dois eram eleitos pela legislatura estadual e dois nomeados pelo governo estadual. O 113º Congresso dos Estados Unidos (2013-2015) tornou-se a primeira legislatura federal a incluir dois mandatos simultâneos de afro-americanos.[5][6][7]
Os dois primeiros senadores afro-americanos foram eleitos pelo estado do Mississippi durante a Era da Reconstrução seguinte à Guerra Civil Americana. Hiram Rhodes Revels, o primeiro senador afro-americano, foi eleito pela Legislatura Estadual do Mississippi para substituir Albert G. Brown, que havia renunciado durante a guerra. Alguns membros do Partido Democrata se opuseram ao mandato de Revels alegando que este não estava de acordo com os requisitos de cidadania, porém a maioria do Senado concordou com sua posse.[1][8] Em 1875, o Mississippi elegeu Blanche Bruce, que tentou sem sucesso a reeleição em 1881.[1] Em 1890, o Partido Democrata propôs a suspensão do voto de cidadãos negros.[9] Em 1908, diversos Estados do Sul excluíram afro-americanos do direito ao voto. Tal condição persistiu até a década de 1960 após reformas do governo federal concederem novamente aos afro-americanos o direito ao voto.[10]
Carol Moseley Braun e Barack Obama foram ambos eleitos ao Senado pelo estado do Illinois, assumindo em 1993 e 2005, respectivamente.[1] Braun foi a primeira mulher afro-americana a ingressar no Senado após a ratificação da Décima Nona Emenda em 1920, que garantia o direito ao voto independentemente de sexo. Em 2008, ao encerrar sua carreira no Senado, Obama tornou-se o primeiro afro-americano eleito Presidente dos Estados Unidos.[11][12][13] Roland Burris, também afro-americano, foi nomeado para encerrar o mandato de Obama no Senado.[14][15]
Os senadores afro-americanos seguintes, Tim Scott (da Carolina do Sul) e Mo Cowan (de Massachusetts), foram ambos nomeados pelos respectivos governos estaduais para suprir a vacância de Jim DeMint e John Kerry, respectivamente. Em 16 de outubro de 2013, cidadãos de Nova Jérsei elegeram Cory Booker em eleição especial para a vaga deixada por Frank R. Lautenberg. Empossado em 31 de outubro daquele ano, Booker é o primeiro afro-americano eleito ao Senado desde Barack Obama em 2004 e o primeiro a representar o estado de Nova Jérsei. Posteriormente, Booker assegurou seu mandato de seis anos ao vencer as eleições de meio-período em 2016. Em 3 de janeiro de 2017, Kamala Harris tornou-se mais uma senadora afro-americana após vitória nas eleições pelo estado da Califórnia.[16][17] Harris é a segunda mulher afro-americana a servir no Senado dos Estados Unidos.[16]
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