Machismo

 Nota: Não confundir com Masculinismo, nem com machismo russo (conceito para a filosofia de Ernst Mach).
A Coroação do Herói Virtuoso de Peter Paul Rubens, 1612–1614, Antiga Pinacoteca

Machismo (do espanhol e do português "macho")[nota 1][1] é a sensação de ser 'viril' e autossuficiente, o conceito associado a "um forte senso de orgulho masculino: uma masculinidade exagerada".[2] Está associado à "responsabilidade de um homem de prover, proteger e defender sua família".[3] Em um termo mais amplo, o machismo, por ser um conceito filosófico e social que crê na inferioridade da mulher, é a ideia de que o homem, em uma relação, é o líder superior, na qual protege e é a autoridade em uma família.[4][5]

O termo é universalmente usado para descrever um conjunto negativo de comportamentos hipermasculinos entre homens latinos,[6] (Espanha, Portugal, América Latina e comunidades latino-americanas), em particular, a construção de gênero de masculinidade tradicional extrema ou da característica do "verdadeiro" homem ("macho") nas sociedades latino-americanas e caribenhas, o termo é empregado com frequência dentro das comunidades latinas mas embora tenha se tornado parte do léxico, tanto de leigos quanto de cientistas sociais, a definição exata, as características descontextualizadas associadas e a aplicabilidade à maioria dos homens latinos é assunto de debate, os trabalhos mais recentes podem simplesmente se referir ao machismo como qualquer forma de sexismo ou atitudes que colocam homens em uma posição dominante sobre as mulheres e outros homens.[7] O termo tem sido usado de várias maneiras para coisas diferentes, às vezes contraditórias, sendo tipicamente associado aos homens latino-americanos como uma imputação de traços de caráter negativos relacionados à masculinidade.[8]

Na América Latina, a cientista política Evelyn Stevens identifica o machismo como o "outro lado do marianismo" ao explicar o fenômeno latino de considerar mulheres "santas ou prostitutas".[9][10] Durante o movimento de libertação feminina das décadas de 1960 e 1970, o termo começou a ser usado por feministas latino-americanas para descrever a agressão masculina e a violência. O termo foi usado por feministas latinas e estudiosos para criticar a estrutura patriarcal das relações de gênero nas comunidades latinas. Seu objetivo era descrever uma determinada marca latino-americana de patriarcado.[11][12]

A palavra "machismo" quando usada em texto em inglês, deriva da palavra idêntica em espanhol e em português e refere-se à suposição de que a masculinidade é superior à feminilidade, conceito semelhante à masculinidade hegemônica de R.W. Connell,[13] no sentido de que supostos traços femininos entre homens (os traços historicamente vistos como femininos entre as mulheres) devem ser considerados indesejáveis, socialmente reprováveis ​​ou desvios. Os papéis de gênero tem parte importante na identidade humana enquanto conduzimos nossas identidades através de ações sociais históricas e atuais.[14] As atitudes e os comportamentos do machismo podem ser mal vistos ou encorajados em vários graus em várias sociedades ou subculturas - embora seja frequentemente associado a matizes patriarcais, principalmente nas visões atuais do passado.[11]


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  1. «machismo» (em inglês). Merriam-Webster. 18 de fevereiro de 2018. Consultado em 27 de fevereiro de 2020 
  2. «Machismo» (em inglês). Encyclopædia Britannica, inc. 11 de dezembro de 2015. Consultado em 27 de fevereiro de 2020 
  3. Morales, Edward. S. Gender roles among Latino gay and bisexual men: Implications for family and couple relationships. In, J. Laird & R. J. Green (Eds.), Lesbians and gays in couples and families: A handbook for therapists. pp. 272-297. San Francisco: Jossey-Bass. 1996.
  4. Caplan, Paula (1990). «Delusional Dominating Personality Disorder». Activist Men's Journal (em inglês). (Volume 17) (Número 1): 171-174. doi:10.1177/0959353591011020 
  5. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. Michaelis. [S.l.]: Editora Melhoramentos. 992 páginas. ISBN 9780586054970 
  6. Frederick T. Leong (25 de abril de 2008). Encyclopedia of Counseling (em inglês). [S.l.]: SAGE Publications. p. 1301. ISBN 978-1-4522-6595-7 
  7. Sana Loue; Martha Sajatovic (25 de novembro de 2011). Encyclopedia of Immigrant Health. [S.l.]: Springer Science & Business Media. pp. 1029–1030. ISBN 978-1-4419-5655-2  (em inglês)
  8. Richard T. Schaefer (20 de março de 2008). Encyclopedia of Race, Ethnicity, and Society. [S.l.]: SAGE Publications. p. 953. ISBN 978-1-4522-6586-5 
  9. Zaira A. (2000). Masculino y femenino en el imaginario católico: De la Acción Católica a la Teología de la Liberación São Paulo: Annablume Editora.
  10. Marianismo: Origin and Meaning Arquivado em 2006-08-30 no Wayback Machine
  11. a b Opazo, R. M (2008). Latino Youth and Machismo: Working Towards a More Complex Understanding of Marginalized Masculinities. Retrieved From Ryerson University Digital Commons Thesis Dissertation Paper 108. http://digitalcommons.ryerson.ca/dissertations/108
  12. Ramirez, R, translated by Rosa Casper (1999). What Means to be a Man: Reflections on Puerto Rican Masculinity. Rutgers University Press: New Brunswick, NJ.
  13. Connell, R. W. (1995). Masculinities. Los Angeles, California, United States: University of California Press
  14. Brown, Leslie Allison, and Susan Strega. Research as resistance: Critical, Indigenous and anti-oppressive approaches. Canadian Scholars Press, 2005.

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