Martinho Lutero

Martinho Lutero
Martinho Lutero
Lutero em 1529 por Lucas Cranach, o Velho
Nome completo Martinus Luter (Martin Luther)
Nascimento 10 de novembro de 1483
Eisleben, Sacro Império Romano-Germânico
Morte 18 de fevereiro de 1546 (62 anos)
Eisleben, Sacro Império Romano-Germânico
Progenitores Mãe: Margarethe Lindemann
Pai: Hans Luther
Cônjuge Catarina von Bora (1525–1546)
Filho(a)(s) Johannes (Hans) (1526–75)
Elizabeth (1527–28)
Magdalena (1529–42)
Martin Jr. (1531–1565)
Paul (1533–93)
Margarete (1534–70)
Educação Universidade de Erfurt
Ocupação teólogo
Principais trabalhos 95 Teses
Catecismo Maior
Catecismo Menor
Liberdade de um Cristão
Ideias notáveis Lei e Evangelho, Sola fide, Teologia da Cruz, Doutrina dos dois reinos
Religião Católico Romano (até 1519)
Protestantismo (desde 1519)
Assinatura

Martinho Lutero (em alemão: Martin Luther; Eisleben, 10 de novembro de 1483 – Eisleben, 18 de fevereiro de 1546) foi um monge agostiniano e professor de teologia alemão,[1] que se tornou uma das figuras centrais da Reforma Protestante, quando deu início a um movimento de reforma do Cristianismo no século XVI.[2][3]

Levantou-se veementemente contra diversos dogmas do catolicismo romano, contestando sobretudo a doutrina de que o perdão de Deus poderia ser adquirido pelo comércio das indulgências. Essa discordância inicial resultou na publicação de suas famosas 95 Teses em 1517, em um contexto de conflito aberto contra o vendedor de indulgências, Johann Tetzel. Sua recusa em retratar-se de seus escritos, a pedido do Papa Leão X em 1520 e do imperador Carlos V na Dieta de Worms em 1521, resultou em sua excomunhão da Igreja Romana e em sua condenação como um fora-da-lei pelo imperador do Sacro Império Romano Germânico.

Lutero propôs, com base em sua interpretação das Sagradas Escrituras, especialmente da Epístola de Paulo aos Romanos, que a salvação não poderia ser alcançada pelas boas obras ou por quaisquer méritos humanos, mas tão somente pela fé em Cristo Jesus (sola fide), único salvador dos homens, sendo gratuitamente oferecida por Deus aos homens. Sua teologia desafiou a infalibilidade papal em termos doutrinários, pois defendia que apenas as Escrituras (sola scriptura) seriam fonte confiável de conhecimento da verdade revelada por Deus.[4] Opôs-se ao sacerdotalismo romano (isto é, à consagrada divisão católica entre clérigos e leigos), por considerar todos os cristãos batizados como sacerdotes e santos.[5] Aqueles que se identificaram com os ensinamentos de Lutero acabaram sendo chamados de luteranos.

Em seus últimos anos, Lutero mostrou-se radical em suas propostas contrárias aos judeus alemães, tendo sido inclusive considerado posteriormente um antissemita. Essas e outras de suas afirmações fizeram de Lutero uma figura bastante controversa entre muitos historiadores e estudiosos.[6] Além disso, muito do que foi escrito a seu respeito sofre da reconhecida parcialidade resultante de paixões religiosas.

  1. «Foi reclamar da Igreja Católica e causou Reforma: quem foi Martinho Lutero». UOL. 31 de outubro de 2023. Consultado em 21 de maio de 2024 
  2. «Arqueólogos acham banheiro onde Lutero teria se inspirado». BBC Brasil. Consultado em 23 de maio de 2024 
  3. Correa, Rubens A. «A Educação no Brasil aspectos históricos e sociologicos.doc»: 2. Consultado em 23 de maio de 2024 
  4. Ewald M. Plass, What Luther Says, 3 vols., (St. Louis: CPH, 1959), 88, no. 269; M. Reu, Luther and the Scriptures, Columbus, Ohio: Wartburg Press, 1944), 23.
  5. Luther, Martin. Concerning the Ministry (1523), tr. Conrad Bergendoff, in Bergendoff, Conrad (ed.) Luther's Works. Philadelphia: Fortress Press, 1958, 40:18 ff.
  6. Hendrix, Scott H. "The Controversial Luther", Word & World 3/4 (1983), Luther Seminary, St. Paul, MN, p. 393: "And, finally, after the Holocaust and the use of his anti-Jewish statements by National Socialists, Luther's anti-semitic outbursts are now unmentionable, though they were already repulsive in the sixteenth century. As a result, Luther has become as controversial in the twentieth century as he was in the sixteenth." Also see Hillerbrand, Hans. "The legacy of Martin Luther", in Hillerbrand, Hans & McKim, Donald K. (eds.) The Cambridge Companion to Luther. Cambridge University Press, 2003.

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