Negacionismo do Holocausto

Negacionismo do Holocausto consiste em afirmações de que o genocídio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, o Holocausto,[1] não aconteceu ou não aconteceu da maneira ou nas proporções historicamente reconhecidas.

O elemento chave em tais afirmações é a rejeição aos seguintes tópicos: de que o governo nazista alemão colocou em prática uma política de perseguição deliberada aos judeus com a finalidade de sua exterminação enquanto povo; que mais de cinco milhões[1] de judeus foram sistematicamente mortos pelos nazistas e seus aliados; e que o genocídio foi realizado em campos de extermínio a partir da utilização de ferramentas de assassinato em massa a nível industrial, tais como câmaras de gás.[2][3]

Os negacionistas do Holocausto geralmente não aceitam o termo "negacionismo" como uma descrição apropriada de seu ponto de vista, utilizando, em vez disso, o termo "revisionismo". Seus críticos usam o termo "negacionismo" para diferenciar negacionistas do Holocausto de revisionistas históricos em geral, pois consideram que os negacionistas não se baseiam em evidências históricas.[4]

Muitos dos chamados negacionistas do Holocausto sugerem ou afirmam abertamente que o Holocausto é uma farsa montada para fins de propaganda e que os números do genocídio foram inflados, visando, a princípio, favorecer a criação do Estado de Israel e obter as vultosas indenizações pagas pela Alemanha a organizações sionistas e, mais recentemente, para criar uma certa leniência da opinião pública diante dos avanços de Israel sobre os Territórios Palestinos. Nesse aspecto, observam-se pontos de convergência com outros estudiosos e críticos da historiografia oficial acerca do genocídio dos judeus na Segunda Guerra.[5][6]

A negação do Holocausto é considerada, pela Anti-Defamation League e outras importantes organizações judaicas, como uma teoria da conspiração antissemita.[7][8]

  1. a b Donald L Niewyk, The Columbia Guide to the Holocaust, Columbia University Press, 2000, p.45: "O holocausto é comumente definido como o assassinato de mais de 5.000.000 de judeus pelos alemães na Segunda Guerra Mundial."
  2. Elementos-chave do negacionismo do Holocausto:
    • "Os negacionistas, ou 'revisionistas', como se autodenominam, questionam os três pontos principais da definição de Holocausto nazista. Em primeiro lugar, eles afirmam que, enquanto o assassínio em massa de judeus realmente ocorreu (embora eles disputem tanto a intenção quanto o suposto merecimento de tais mortes), não havia uma política oficial de matar judeus. Em segundo, e talvez mais proeminentemente, eles sustentam que não existiram câmaras de gás, particularmente em Auschwitz-Birkenau, onde a historiografia predominante documenta que 1 milhão de judeus foram mortos, primariamente em câmaras de gás. E terceiro, negacionistas do Holocausto afirmam que o número de mortos entre judeus europeus durante a Segunda Guerra estava muito abaixo de 6 milhões. Eles divulgam números entre 300,000 e 1.5 milhão, como uma regra geral". - Holocaust Denial, a Definition Arquivado em 9 de junho de 2011, no Wayback Machine. - Mathis, Andrew E - The Holocaust History Project, 2 de julho de 2004.
    • "Em parte lidamos com as três fundações principais do negacionismo do Holocausto (…) a afirmação de que câmaras de gás e crematórios eram utilizados não para extermínio em massa, mas para descontaminação de roupas e descarte de corpos de pessoas que morreram de doença e exaustão; (…) a afirmação de que o número de seis milhões é um exagero por uma questão de magnitude — que seiscentos mil, e não seis milhões, morreram nas mãos dos nazistas; (…) a afirmação de que não havia intenção da parte dos nazistas de exterminar a população judaica e que o Holocausto nada mais é do que a infeliz consequência das vicissitudes da guerra". - Denying History: : who Says the Holocaust Never Happened and why Do They Say It? - Michael Shermer & Alex Grobman - University of California Press, 2000, ISBN 0-520-23469-3, p. 3.
    • "Negacionismo do Holocausto: Afirmações de que o extermínio em massa de judeus pelos nazistas nunca aconteceu; que o número de mortes de judeus foi amplamente exagerado; que o Holocausto não foi sistemático ou resultado de uma política oficial; ou simplesmente que o Holocausto nunca aconteceu". - What is Holocaust Denial - Yad Vashem (2004)
    • "Entre as inverdades rotineiramente divulgadas estão as afirmações de que não existiram câmaras de gás em Auschwitz, que apenas 600,000 judeus foram mortos ao invés de 6 milhões, e que Hitler não possuía intenções assassinas contra judeus ou outros grupos perseguidos por seu governo". - "Holocaust Denial" - Anti-Defamation League (2001)
  3. Entre os tipos de afirmações presentes em material negacionista estão:
    • A de que milhares, ao invés de milhões, de judeus morreram durante a guerra;
    • Evidência científica prova que as câmaras de gás não poderiam ser utilizadas para matar grandes grupos de pessoas;
    • O comando nazista implementou uma política de deportação, e não de eliminação, de judeus;
    • Assassinatos deliberados de judeus aconteceram, mas foram realizados por povos da Europa oriental, e não por nazistas;
    • Judeus morreram em vários tipos de campos, mas tal ocorreu como consequência de fome e doenças. O Holocausto é um mito criado pelos Aliados por razões propagandísticas, e subsequentemente alimentado pelos judeus para servir a seus propósitos;
    • Erros e inconsistências em depoimentos de sobreviventes apontam que são essencialmente não-confiáveis;
    • Suposta evidência documental do Holocausto, de fotografias de vítimas de campos de extermínio ao diário de Anne Frank, é obra de falsificação;
    • As confissões de crimes de guerra feitas por ex-nazistas foram obtidas através de tortura.
    "The nature of Holocaust denial: What is Holocaust denial?" Arquivado em 18 de julho de 2011, no Wayback Machine. - JPR report n.° 3 (2000)
  4. Os autodenominados revisionistas:
    • "Descrevem-se como revisionistas como indicativo de sua estratégia básica de fraude e distorção e de uma tentativa de retratarem-se como historiadores legítimos envolvidos na prática tradicional de esclarecer aspectos do passado". - Denying the Holocaust—The Growing Assault on Truth and Memory, p. 25 - Deborah Lipstadt - Penguin - ISBN 0-452-27274-2.(1993)
    • "Vestidos com ornamentos pseudo-acadêmicos, eles adotaram o termo 'revisionismo' como tentativa de mascarar e legitimar seu empreendimento". - "Introduction: Denial as Anti-Semitism" - "Holocaust Denial: An Online Guide to Exposing and Combating Anti-Semitic Propaganda" - Anti-Defamation League (2001)
    • "Negacionistas do Holocausto frequentemente referem-se a si mesmos como 'revisionistas' numa tentativa de trazer legitimidade a suas atividades. Existem, obviamente, muitos estudiosos envolvidos em debates históricos sobre o Holocausto e cujo trabalho não deve ser confundido com os esforços negacionistas. Os debates envolvem assuntos como, por exemplo, a extensão e natureza do envolvimento e conhecimento de alemães ordinários a respeito da política de genocídio, e o momento em que a ordem para exterminação de judeus foi publicada. A prática válida de revisionismo histórico, que envolve a reinterpretação de conhecimentos históricos à luz de evidências recém-surgidas, é bem diferente, no entanto, do ato de afirmar que fatos essenciais do Holocausto, e a evidência de tais fatos, foram inventados". - "The nature of Holocaust denial: What is Holocaust denial?" Arquivado em 18 de julho de 2011, no Wayback Machine. - JPR report n° 3 (2000)
  5. FINKELSTEIN, Norman G. A Indústria do Holocausto. Capítulo 3 - A dupla extorsão. Record, 2001 (versão em pdf)[ligação inativa].
  6. The Holocaust In Space, por Fredrick Töben. Newsletters. Adelaide Institute.
  7. Antissemitismo:
    • "Exemplos contemporâneos de antissemitismo em público, na mídia, escolas, locais de trabalho e na esfera religiosa, levando em conta o contexto geral, incluem: (…) negar o fato, escopo, mecanismos (i.e., câmaras de gás) ou a intenção de genocídio do povo judeu pelas mãos da Alemanha Nacional-Socialista e seus aliados e cúmplices durante a Segunda Guerra Mundial (o Holocausto)". Working Definition of Antisemitism Arquivado janeiro 5, 2010 no WebCite
    , European Fundamental Rights Agency
    • "Negacionistas do Holocausto contemporâneos não são revisionistas — nem mesmo neo-revisionistas. São negacionistas. Suas motivações derivam de suas ambições políticas neo-nazistas e de um antissemitismo desenfreado". Austin, Ben S. "Deniers in Revisionists Clothing" Arquivado em 21 de novembro de 2008, no Wayback Machine., The Holocaust\Shoah Page, Middle Tennessee State University.
    • "Desde sua formação (…) o Institute for Historical Review (IHR), uma organização de negação do Holocausto fundada na Califórnia por Willis Carto da Liberty Lobby, tem promovido a teoria conspiratória antissemita de que os judeus fabricaram histórias sobre seu próprio genocídio para manipular a simpatia do mundo não-judaico". - "Antisemitism and Racism Country Reports: United States" Arquivado em 28 de junho de 2011, no Wayback Machine. - Stephen Roth Institute. Tel Aviv University (2000)
  8. Teoria conspiratória:
    • "Apesar da aparente superfície de pseudo-estudo arcaico em desafio aos bem documentados registros de genocídio nazista durante a Segunda Guerra Mundial, o negacionismo do Holocausto serve como uma poderosa teoria conspiratória unindo grupos de outra forma díspares". - "Introduction: Denial as Anti-Semitism" - "Holocaust Denial: An Online Guide to Exposing and Combating Anti-Semitic Propaganda" - Anti-Defamation League (2001)
    • "Antes de discutir como a negação do Holocausto constitui uma teoria conspiratória, e como a teoria é distintivamente americana, é importante compreender o que significa o termo 'negação do Holocausto'". - Holocaust Denial, a Definition Arquivado em 9 de junho de 2011, no Wayback Machine. - Mathis, Andrew E. - The Holocaust History Project, 2 de julho de 2004
    • "Desde sua formação (…) o Institute for Historical Review (IHR), uma organização de negação do Holocausto fundada na Califórnia por Willis Carto da Liberty Lobby, tem promovido a teoria conspiratória antissemita de que os judeus fabricaram histórias sobre seu próprio genocídio para manipular a simpatia do mundo não-judaico". - "Antisemitism and Racism Country Reports: United States" Arquivado em 28 de junho de 2011, no Wayback Machine. - The Stephen Roth Institute for the Study of Contemporary Antisemitism and Racism. Tel Aviv University (2000)

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