Noite dos Cristais

Kristallnacht (pronúncia em alemão: [kʁɪsˈtalnaχt]), Reichskristallnacht [ˌʁaɪçs.kʁɪsˈtalnaχt], Reichspogromnacht [ˌʁaɪçs.poˈɡʁoːmnaχt], Pogromnacht [poˈɡʁoːmnaχt] (escutar) ou Novemberpogrome [noˈvɛmbɐpoɡʁoːmə] (escutar), designada em português por Noite dos Cristais, Noite de Cristal ou Noite de Cristal do Reich, foi um pogrom contra os judeus promovido pela Alemanha Nazi na noite de 9–10 de Novembro de 1938, levado a cabo pelas forças paramilitares das SA e por civis alemães. As autoridades alemãs olharam para o acontecimento sem, no entanto, intervir.[1][2] O nome Kristallnacht deve-se aos milhões de pedaços de vidro partidos que encheram as ruas depois das janelas das lojas, edifícios e sinagogas judaicas terem sido partidas.[3]

As estimativas sobre o número de vítimas causadas pela violência variam. Os primeiros relatos indicavam que 36 judeus tinham sido mortos durante os ataques.[3] Mais recentemente, as análises ao progrom efectuadas a documentos académicos feitas por historiadores como Richard J. Evans, refere um valor mais elevado, cerca de 91 mortos. Quando se inclui as mortes posteriores, devido a maus-tratos dos judeus detidos, e suicídios, o número de mortos ascende a centenas. Para além das vitimas mortais, cerca de 30 000 judeus foram detidos e enviados para campos de concentração.[3]

As casas dos cidadãos judeus, hospitais e escolas foram pilhados e postos abaixo pelos atacantes com o recurso de marretas.[4] Mais de mil sinagogas foram incendiadas (95 só em Viena) e mais de sete mil negócios foram destruídos ou danificados.[5][6] Martin Gilbert escreve que mais nenhum acontecimento na história dos judeus alemães entre 1933 e 1945 foi tão difundido à medida que ia acontecendo, e os relatos dos jornalistas estrangeiros a trabalhar na Alemanha causaram ondas de choque em todo o mundo.[4] O Times escreveu na altura: "Nenhum propagandista estrangeiro se dedicou a enegrecer a Alemanha antes que o mundo pudesse superar o número de incêndios e espancamentos, de assaltos violentos a pessoas indefesas e inocentes, que desonraram aquele país ontem".[7]

O pretexto para os ataques foi o assassinato do diplomata alemão Ernst vom Rath por Herschel Grynszpan, um polaco judeu nascido na Alemanha a viver em Paris. À Noite de Cristal seguiram-se perseguições económicas e políticas aos judeus, vistas pelos historiadores como uma parte da mais abrangente política racial da Alemanha nazi, e o início da Solução Final e do Holocausto.[8]

  1. "'German Mobs' Vengeance on Jews", The Daily Telegraph, 11 de Novembro de 1938, citado em Gilbert, Martin. Kristallnacht: Prelude to Destruction. Harper Collins, 2006, p. 42.
  2. «Kristallnacht». Holocaust Encyclopedia (em inglês). United States Holocaust Memorial Museum. Consultado em 15 de julho de 2019 
  3. a b c "World War II: Before the War", The Atlantic, 19 de Junho de 2011. "As janelas das lojas dos judeus as quais foram partidas durante uma acção coordenada anti-judeus em Berlim, conhecida como Kristallnacht, a 1o de Novembro de 1938. As autoridades nazis fecharam os olhos quando as membros das SA e civis destruíram as janelas com martelos, deixando as ruas cobertas de pedaços de vidro. Algumas fontes estimam que 91 judeus foram mortos e 30 000 homensn judeus foram levados para campos de concentração."
  4. a b Gilbert, pp. 13–14.
  5. Berenbaum, Michael & Kramer, Arnold (2005). The World Must Know. United States Holocaust Memorial Museum. p. 49.
  6. Gilbert, pp. 30–33.
  7. "Um Dia Negro para a Alemanha", The Times, 11 de Novembro de 1938, citado em Gilbert, p. 41.
  8. Multiple authors (1998). «Kristallnacht». The Hutchinson Encyclopedia 1998 edition. Col: Hutchinson Encyclopedias. 1998 18 (1998) ed. England: Helicon Publishing. p. 1199. ISBN 1-85833-951-0 

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