O Livro Negro do Comunismo

O Livro Negro do Comunismo
O Livro Negro do Comunismo
Capa da primeira edição
Autor(es) Stéphane Courtois (editor)
Idioma Francês
Género Política
Páginas 840
ISBN 9780674076082

O Livro Negro do Comunismo: Crimes, Terror, Repressão (em francês, Le Livre noir du communisme: Crimes, terreur, répression) é uma obra anticomunista coletiva de professores e pesquisadores universitários europeus. Foi editado e prefaciado por Stéphane Courtois, diretor de pesquisas do Centre national de la recherche scientifique (CNRS), em colaboração com Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, Andrzej Paczkowski, Karel Bartošek e Jean-Louis Margolin. Originalmente publicada na França pela editora Robert Laffont, a obra foi lançada por ocasião dos 80 anos da Revolução Russa e se propõe a realizar um inventário da repressão política, execuções extra-judiciais, deportações, crimes de guerra e abusos de direitos humanos alegadamente perpetrados por regimes comunistas. As edições lusófonas foram lançadas pela editora Bertrand no Brasil e pela Quetzal Editores em Portugal.[1][2][3]

O Livro Negro do Comunismo se tornou um best-seller, vendendo mais de um milhão de exemplares em todo o mundo e sendo traduzido para 26 idiomas.[4] Malgrado seu sucesso comercial, a obra é bastante controversa. O livro recebeu elogios de muitos articulistas liberais e conservadores em periódicos dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Europa Oriental, sendo também adotado sem reservas por políticos e ideólogos ligados à extrema-direita ou à Nova Direita.[5][6] Por outro lado, o livro também foi bastante criticado por diversos acadêmicos e intelectuais, marxistas ou não, que o acusaram de divulgar dados incorretos, inflacionar números, distorcer e manipular narrativas e banalizar a tragédia do Holocausto. Entre os críticos estão dois dos co-autores da obra, Jean-Louis Margolin e Nicolas Werth, que afirmam que o editor Stéphane Courtois inventou e deliberadamente manipulou informações.[2][7][8][9][8]

A denominação "livro negro" foi escolhida em referência à obra anti-fascista O Livro Negro, um registro documental das atrocidades nazistas, publicado pelos judeus soviéticos Ilya Ehrenburg e Vasily Grossman em 1946.[10] A publicação do Livro Negro do Comunismo ensejou a publicação, alguns anos depois, de O Livro Negro do Capitalismo, que, igualmente, se propõe a realizar um balanço das vítimas desse sistema econômico e apontar as contradições no discurso anticomunista em relação ao cotidiano capitalista.[11][12]

  1. Courtois, Stéphane (1 de janeiro de 1999). Livre Noir Du Communisme: Crimes, Terreur, Répression (em inglês). [S.l.]: Harvard University Press. ISBN 9780674076082 
  2. a b Giancarlo Summa. «O livro negro do comunismo». Folha de S. Paulo. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  3. Pierre Briancon. «Le Livre noir du communisme: un pavé dans l'Histoire». Libération. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  4. «Stéphane Courtois». Stéphane Courtois. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  5. «The Black Book of Communism». Harvard University Press. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  6. «International Commission on the Holocaust in Romania» (PDF). United States Holocaust Memorial Museum. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  7. Ariane Chemin. «Les divisions d'une équipe d'historiens du communisme». Le Monde. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  8. a b Tropey, 2001
  9. Demian Bezerra de Melo e Marcio Lauria Monteiro. «Os ciclos de revisionismo histórico nos estudos sobre a Revolução Russa». Rev. Direito Práx. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  10. Rousso, 2004
  11. Perrault, Gilles (1 de dezembro de 1997). «Communisme, les falsifications d'un « livre noir »». Le Monde diplomatique (em francês). Consultado em 2 de janeiro de 2021. Cópia arquivada em 25 de agosto de 2020 
  12. Dupin, Eric (29 de março de 2004). «Le livre noir du capitalisme». L'Express (em francês). Consultado em 2 de janeiro de 2021. Cópia arquivada em 26 de janeiro de 2017 

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