Ouroboros

A serpente Ouroboros em um antigo manuscrito alquímico grego

Ouroboros (ou oroboro ou ainda uróboro, do grego Οὐροβόρος: 'que consome a cauda'; do grego οὐρά: 'cauda' + βόρος 'consumo'; plural Ouroboroi ou Uroboroi) é um conceito simbolizado por uma serpente — ou por um dragão — que morde a própria cauda. O Ouroboros costuma ser representado pelo círculo, o que parece indicar, além do eterno retorno, a espiral da evolução, a dança sagrada de morte e reconstrução.

Segundo o Dictionnaire des symboles[1], o Ouroboros simboliza o ciclo da evolução voltada para si mesmo. O símbolo contém as ideias de movimento, continuidade, autofecundação e, em consequência, eterno retorno.

Para o gnosticismo hiperbóreo, "as serpentes, representadas no caduceu de Mercúrio (entrelaçadas em um bastão) e no Ouroboros (devorando a própria cauda), simbolizam a alma elevada, extasiada no nirvana, luminosamente entelequiada".[2]A forma circular do símbolo permite ainda a interpretação de que a serpente figura o mundo infernal, enquanto o mundo celeste é simbolizado pelo círculo.

Noutra interpretação, menos maniqueísta, a serpente rompe uma evolução linear, ao morder a cauda, marcando uma mudança, pelo que parece emergir num outro nível de existência, simbolizado pelo círculo. Para alguns autores, a imagem da serpente mordendo a cauda, fechando-se sobre o próprio ciclo, evoca a roda da existência. A roda da existência é um símbolo solar, na maior parte das tradições. Ao contrário do círculo, a roda tem certa valência de imperfeição, reportando-se ao mundo do futuro, da criação contínua, da contingência, do perecível.

  1. Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, Robert Laffont, 11ª impressão, Paris, 1990, pág. 716
  2. (BRONDINO, Gustavo. O Yoga Hiperbóreo. OCTIRODAE, 2011. p. 56.)

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