Pan-africanismo

Bandeira Pan-Africana pela AUPN

O pan-africanismo é uma doutrina que propõe a união de todos os povos da África como forma de potencializar a voz do continente no contexto internacional. Relativamente popular entre as elites africanas ao longo das lutas pela independência da segunda metade do século XX e, em parte, responsável pelo surgimento da Organização de Unidade Africana, o pan-africanismo tem sido mais defendido fora de África, entre os descendentes dos africanos escravizados que foram levados para a América até meados do século XIX e as pessoas de ascendência africana subsaariana emigradas do continente africano após a Década de 1960.

Originalmente, os pan-africanistas propunham a unidade política de toda a África e o reagrupamento das diferentes etnias, divididas pelas imposições dos colonizadores. Valorizavam a realização de cultos aos ancestrais e defendiam a ampliação do uso das línguas e dialetos africanos, proibidos ou limitados pelos colonizadores. Em outras palavras, o pan-africanismo é também um movimento político, filosófico e social que promove a defesa dos direitos dos povos africanos e da unidade do continente africano no âmbito de um único Estado soberano, para todos os africanos, tanto na África como dos povos da diáspora.[1]

A teoria pan-africanista foi desenvolvida principalmente pelos indivíduos da diáspora americana (descendentes de africanos escravizados) e por pessoas nascidas na África a partir de meados do final do século XIX, como William Edward Burghardt Du Bois[2] e Marcus Mosiah Garvey, entre outros. Posteriormente, essas ideias foram levadas para a arena política por africanos, como Kwame Nkrumah. No Brasil, o pan-africanismo foi divulgado amplamente por Abdias Nascimento.

Em geral, consideram-se Henry Sylvester-Williams e o Dr. William Edward Burghardt Du Bois como os pais da pan-africanismo. No entanto, esse movimento social tem várias vertentes, cuja história remonta ao início do século XIX. O pan-africanismo tem influenciado a África a ponto de alterar radicalmente a sua paisagem política e de ter sido decisivo na luta pela independência de vários países do continente.

  1. «Agenda 2063 A África Que Queremos» (PDF). African Union. Abril de 2015. Consultado em 10 de novembro de 2023 
  2. Eliene Percília - Pan-africanismo

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