Paulo Freire

 Nota: Para outros significados, veja Paulo Freire (desambiguação).
Paulo Freire
Paulo Freire
Nome completo Paulo Reglus Neves Freire
Nascimento 19 de setembro de 1921
Recife, PE
Morte 2 de maio de 1997 (75 anos)
São Paulo, SP
Nacionalidade brasileiro
Cônjuge Elza Maia Costa de Oliveira (1944–86)
Ana Maria Araújo (1988–97)
Alma mater Faculdade de Direito do Recife da Universidade Federal de Pernambuco
Ocupação educador
filósofo
Prêmios Ordem do Mérito Cultural (2011)
Empregador(a) Universidade de São Paulo
Universidade Estadual de Campinas
Universidade de Genebra
Universidade de Oldenburgo
Escola/tradição Personalismo
Existencialismo
Principais interesses Educação
Religião Catolicismo

Paulo Reglus Neves Freire OMC (Recife, 19 de setembro de 1921São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador e filósofo brasileiro. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É também o Patrono da Educação Brasileira.[1]

Seu trabalho teórico envolve uma forte crítica da educação bancária comum em seu tempo, na qual o professor faz "depósitos" de conhecimento no aluno, que os recebe passivamente. Em vez disso, Freire propõe uma educação dialógica, isto é, fundamentada no diálogo. Tal educação é também problematizadora, pois induz os educandos a terem uma postura crítica ante a realidade que os oprime. Freire também é famoso por ter desenvolvido um método de alfabetização de adultos que busca desenvolver essa consciência crítica no momento da alfabetização. Freire, acreditando que todos os homens têm por vocação o ser mais, buscava que eles fossem sujeitos de suas ações, atingissem sua plena realização enquanto seres humanos e fossem capazes de transformar o mundo.[2]

Seu principal trabalho, Pedagogia do Oprimido, livro em que propõe sua pedagogia dialógica, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais, pois defendeu o diálogo com as pessoas simples, e não a imposição de ideias pré-concebidas sobre elas (o que, para Freire, é mero ativismo). Trata-se do terceiro livro mais citado em trabalhos acadêmicos de ciências sociais em todo o mundo.[3][4][5]

Foi o brasileiro mais homenageado da história, com pelo menos 35 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da Europa e América; e recebeu diversos galardões como o prêmio da UNESCO de Educação para a Paz em 1986.[6][7][8] Em 13 de abril de 2012 foi sancionada a Lei nº 12.612, que declara o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira.[9] Embora suas ideias nunca tenham sido amplamente aplicadas em todo o território brasileiro, experiências pontuais são registradas.[10][11] Na cidade de Diadema, por exemplo, o referencial freireano foi orientador da política pública de educação, na gestão municipal de 2004 a 2008.[12] Segundo uma pesquisa envolvendo três estados brasileiros (São Paulo, Minas Gerais e Paraná), Paulo Freire é o nome de escola mais comum.[13]

  1. «Paulo Freire, o mentor da Educação para a consciência». Nova Escola. Consultado em 14 de abril de 2019 
  2. «Paulo Freire». Internet Encyclopedia of Philosophy. Consultado em 15 de dezembro de 2022 
  3. Elliott D. Green (12 de maio de 2016). «What are the most-cited publications in the social sciences (according to Google Scholar)?». LSE Research Online. London School of Economics and Political Science. Consultado em 7 de maio de 2021 
  4. «Programa da TV UFPB apresenta obra de Paulo Freire em 30 vídeos disponíveis no youtube». Consultado em 8 de Junho de 2017 
  5. «Mitos e verdades sobre a obra de Paulo Freire». Nova Escola. Consultado em 14 de abril de 2019 
  6. Simon Pratt-Adams, Meg Maguire e Elizabeth Burn. «Changing Urban Education». Google Livros. Consultado em 27 de fevereiro de 2016 
  7. CORTELLA, Mario Sergio (janeiro de 2012). «É preciso rejeitar a despamonhalização da vida». Almanaque Brasil (153): 14. Consultado em 27 de outubro de 2018 
  8. UNESCO Prize 1986 and 1987 for Peace Education; 1988; unesdoc.unesco.org - pdf
  9. «BRASIL. Lei 12.612 de 13 de abril de 2012». Consultado em 16 de abril de 2012 
  10. Costa, Camilla (24 de julho de 2015). «'Brasil nunca aplicou Paulo Freire', diz pesquisador». BBC News Brasil. Consultado em 3 de agosto de 2022 
  11. Calçade, Paula. «Existe método Paulo Freire nas escolas públicas?». novaescola.org.br. Consultado em 3 de agosto de 2022 
  12. Saul, Ana Maria; Silva, Antonio Fernando Gouvêa da (25 de abril de 2012). «O PENSAMENTO DE PAULO FREIRE EM SISTEMAS PÚBLICOS DE ENSINO: PESQUISANDO POLÍTICAS DE CURRÍCULO EM UM MESMO TERRÍTÓRIO, SOB DIFERENTES OLHARES.». Revista Teias (27). 18 páginas. ISSN 1982-0305. Consultado em 12 de janeiro de 2023 
  13. Filipe Albuquerque (24 de novembro de 2017). «Paulo Freire, Monteiro Lobato e Tancredo Neves: os nomes de escola mais comuns em alguns estados». Gazeta do Povo. Consultado em 2 de março de 2018 

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