Terra plana

A Gravura Flammarion (1888), representando um viajante que chegou ao limite de uma Terra plana e espreita através do firmamento

O modelo da Terra plana é uma concepção arcaica do formato da Terra como um plano ou disco. Muitas culturas antigas concordavam sobre a cosmografia plana da Terra, incluindo a Grécia antiga (até o período clássico), as civilizações da Idade do Bronze e da Idade do Ferro do Oriente Médio (até o período helenístico), na Índia (até o período Gupta, primeiros séculos d.C.), e na China até o século XVII (17). Esse paradigma também era tipicamente mantido nas culturas indígenas da América e a noção de uma Terra plana, abobadada pelo firmamento em forma de uma tigela invertida, era comum em sociedades anteriores às leis científicas como a da gravitação universal.[1]

A ideia de uma Terra esférica apareceu na filosofia grega com Pitágoras (século VI a.C.), embora a maioria dos pré-socráticos (séculos VI a V a.C.) tenha mantido o modelo plano da Terra. Aristóteles forneceu evidências para a forma esférica da Terra em bases empíricas em torno de 330 a.C. O conhecimento da Terra esférica começou a se espalhar gradualmente além do mundo helenístico a partir de então.[2][3][4][5]

Apesar do fato científico e das evidências óbvias da esfericidade da Terra, teorias de conspiração pseudocientíficas da Terra plana são defendidas pelas sociedades modernas da Terra plana e,[6] cada vez mais, por indivíduos não afiliados que utilizam as mídias sociais.[7]

  1. "Sua cosmografia, até onde sabemos, seguia praticamente um padrão até a chegada do homem branco [europeu] em cena. Os Dayaks de Bornéu podem nos fornecer uma ideia disso. 'Eles consideravam a Terra como uma superfície plana, enquanto os céus eram um domo, uma espécie de máscara de vidro que cobria a Terra e entrava em contato com o horizonte'." Levy-Bruhl, Lucien, Primitive Mentality (Mentalidade Primitiva) (repr. Boston: Beacon, 1966) 353; "Geralmente, a concepção primitiva do formato do mundo […] [era de que ele fosse] plano, cercado abaixo e sobreposto acima por um firmamento sólido numa cobertura de uma [espécie de] tigela." H. B. Alexander, The Mythology of All Races]] 10: North American (repr. New York: Cooper Square, 1964) 249.
  2. Continuação do conceito grego no pensamento cristão romano e medieval: (em alemão) Krüger, Reinhard: Materialien und Dokumente zur mittelalterlichen Erdkugeltheorie von der Spätantike bis zur Kolumbusfahrt (1492)
  3. Adoção direta do conceito grego pelo islã: Ragep, F. Jamil: "Astronomy", in: Krämer, Gudrun (ed.) et al.: Encyclopaedia of Islam, THREE, Brill 2010, sem números de página
  4. Adoção direta pela Índia Pingree, David: "History of Mathematical Astronomy in India", Dictionary of Scientific Biography, Vol. 15 (1978), pp. 533−633 (554f.); Glick, Thomas F., Livesey, Steven John, Wallis, Faith (eds.): "Medieval Science, Technology, and Medicine: An Encyclopedia", Routledge, New York 2005, ISBN 0-415-96930-1, p. 463
  5. Adoção pela China via ciência europeia: Martzloff, Jean-Claude, "Space and Time in Chinese Texts of Astronomy and of Mathematical Astronomy in the Seventeenth and Eighteenth Centuries" Arquivado em 2 de dezembro de 2013, no Wayback Machine., Chinese Science 11 (1993-94): 66-92 (69) and Christopher Cullen, "A Chinese Eratosthenes of the Flat Earth: A Study of a Fragment of Cosmology in Huai Nan tzu 淮 南 子", Bulletin of the School of Oriental and African Studies, Vol. 39, No. 1 (1976), pp. 106-127 (107)
  6. MacDougall, Robert. «Strange enthusiasms: a brief history of American pseudoscience» (em inglês). Columbia University. Consultado em 9 de setembro de 2016 
  7. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Ambrose

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