Totalitarismo

Líderes frequentemente acusados ​​de governar regimes totalitários, da esquerda para a direita e de cima para baixo na imagem, incluem Joseph Stalin, ex-secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética; Adolf Hitler, ex-Führer da Alemanha Nazista; Mao Tsé-Tung, ex-presidente do Partido Comunista da China; Benito Mussolini, ex-Duce da Itália Fascista; e Kim Il-sung, o eterno presidente da Coreia do Norte

Totalitarismo é um sistema político ou uma forma de governo que proíbe partidos de oposição, que restringe a oposição individual ao Estado e às suas alegações e que exerce um elevado grau de controle na vida pública e privada dos cidadãos. É considerado a forma mais extrema e completa de autoritarismo. Nos Estados totalitários, o poder político é geralmente detido por autocratas que recorrem a extensas campanhas de propaganda difundidas por meios de comunicação de massa detidos pelo Estado.[1]

Os regimes totalitários são muitas vezes caracterizados por extensa repressão política, ausência de democracia, culto de personalidade generalizado, controlo absoluto da economia, censura, vigilância em massa e uso recorrente de terrorismo de Estado. Entre outras características comuns de regimes totalitários estão o recurso a campos de concentração, polícia secreta repressiva, perseguição religiosa, prática disseminada de pena de morte, a possível posse de armas de destruição em massa, fraudes eleitorais ou inexistência de eleições, e em alguns casos assassínios em massa e genocídios perpetrados pelo Estado. O historiador Robert Conquest descreve um Estado totalitário como aquele que não reconhece limites à sua autoridade, qualquer que seja a esfera da vida pública ou privada, e que impõe essa autoridade por todos os meios ao seu dispor.[1]

Os regimes totalitários diferem de outros regimes autoritários. Num regime autoritário o poder é monopolizado por uma única pessoa ou pequeno grupo de pessoas, como um ditador, comité ou junta militar. No entanto, um regime autoritário está apenas preocupado com a manutenção do poder político e, desde que não seja contestado, oferece à sociedade algum grau de liberdade e não tem como finalidade mudar o mundo nem a natureza humana.[2] Pelo contrário, um regime totalitário tem como objetivo controlar praticamente todos os aspetos da vida em sociedade, incluindo a economia, educação, arte, ciência, vida privada e valores morais dos cidadãos. Alguns governos totalitários promovem ideologias oficiais com o objetivo de controlar por completo o pensamento e ações dos cidadãos.[3] Um Estado totalitário é também aquele que ambiciona movimentar toda a população para concretizar os seus objetivos. Carl Joachim Friedrich afirmou que as três características que diferenciam os regimes totalitários de outras autocracias são uma ideologia totalitária, um partido único apoiado por uma polícia secreta e o controlo monopolista de uma sociedade de massas industrial.[2]

O conceito de Estado totalitário começou a ser formulado na década de 1920 pelo jurista de Weimar (e mais tarde académico Nazi) Carl Schmitt e, ao mesmo tempo, pelos fascistas italianos. Benito Mussolini afirmou "Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado". Schmitt usou o termo Totalstaat no seu livro O Conceito do Político, publicado em 1927 e que viria a exercer influência como base legal para um Estado todo-poderoso.[4] O termo foi adquirindo proeminência no discurso político ocidental durante a Guerra Fria, como forma de tentar converter o antifascismo do pré-guerra em anticomunismo no pós-guerra.[5][6][7][8][9]

  1. a b Conquest, Robert (1999). Reflections on a Ravaged Century. [S.l.: s.n.] p. 74. ISBN 0-393-04818-7 
  2. a b Cinpoes, Radu. Nationalism and Identity in Romania: A History of Extreme Politics from the Birth of the State to EU Accession. [S.l.: s.n.] p. 70 
  3. Richard Pipes (1995). Russia Under the Bolshevik Regime. Nova Iorque: Vintage Books, Random House Inc. p. 243. ISBN 0394502426 
  4. Schmitt, Carl (1927). The Concept of the Political (German: Der Begriff des Politischen) 1996 University of Chicago Press ed. [S.l.]: Rutgers University Press. p. 22. ISBN 0-226-73886-8 
  5. Defty, Brook (2007). Britain, America and Anti-Communist Propaganda 1945–1953. Chapters 2–5. [S.l.]: The Information Research Department 
  6. Achim Siegel (1998). The totalitarian paradigm after the end of Communism: towards a theoretical reassessment. [S.l.: s.n.] p. 200. Concepts of totalitarianism became most widespread at the height of the Cold War. Since the late 1940s, especially since the Korean War, they were condensed into a far-reaching, even hegemonic, ideology, by which the political elites of the Western world tried to explain and even to justify the Cold War constellation 
  7. Nicholas Guilhot (2005). The democracy makers: human rights and international order. [S.l.: s.n.] p. 33. The opposition between the West and Soviet totalitarianism was often presented as an opposition both moral and epistemological between truth and falsehood. The democratic, social, and economic credentials of the Soviet Union were typically seen as "lies" and as the product of a deliberate and multiform propaganda...In this context, the concept of totalitarianism was itself an asset. As it made possible the conversion of prewar anti-fascism into postwar anti-communism 
  8. Caute, David (2010). Politics and the novel during the Cold War. [S.l.]: Transaction Publishers. pp. 95–99. ISBN 9781412831369 
  9. George A Reisch (2005). How the Cold War transformed philosophy of science: to the icy slopes of logic. [S.l.: s.n.] pp. 153–54 

© MMXXIII Rich X Search. We shall prevail. All rights reserved. Rich X Search