Tuberculose

Tuberculose
Tuberculose
Radiografia ao peito de uma pessoa com tuberculose avançada. As setas brancas assinalam a infeção em ambos os pulmões. As setas pretas assinalam a formação de uma cavidade.
Especialidade Infectologia, pneumologia
Sintomas tosse crónica, febre, expectoração com sangue, perda de peso[1]
Causas Mycobacterium tuberculosis[1]
Fatores de risco Tabagismo, VIH/SIDA[1]
Método de diagnóstico Radiografia torácica, cultura microbiológica, prova de tuberculina[1]
Condições semelhantes Pneumonia necrotizante, histoplasmose, sarcoidose, coccidioidomicose[2]
Prevenção Vacina BCG
Tratamento Antibióticos[1]
Frequência 33% da população (latente)[1]
Mortes 1,3 milhão (2016)[3]
Classificação e recursos externos
CID-11 2072728114
OMIM 607948
DiseasesDB 8515
MedlinePlus 000077, 000624
eMedicine 230802
MeSH D014376
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Tuberculose é uma doença infeciosa geralmente causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (MTB).[1] A tuberculose afeta geralmente os pulmões, embora possa também afetar outras partes do corpo.[1] A maioria das infeções não manifesta sintomas, sendo nesses casos denominada tuberculose latente.[1] Cerca de 10% das infeções latentes evoluem para tuberculose ativa. Se não for tratada, a tuberculose ativa causa a morte a metade das pessoas infetadas.[1] Os sintomas clássicos da tuberculose ativa são tosse crónica com expulsão de sangue, escarro, febre, suores noturnos e perda de peso.[1][4] A infeção de outros órgãos pode causar vários outros sintomas.[5]

A tuberculose é transmitida por via aérea quando as pessoas com tuberculose ativa nos pulmões tossem, cospem, falam ou espirram.[1][6] As pessoas com tuberculose latente não transmitem a doença.[1] A infeção ativa é mais comum entre fumadores e pessoas com VIH/SIDA.[1] O diagnóstico de tuberculose ativa é apoiado por radiografias ao peito, exames microscópicos e culturas de fluidos corporais.[7] O diagnóstico de tuberculose latente baseia-se na prova da tuberculina ou análises ao sangue.[7]

Entre as medidas de prevenção estão o rastreio de grupos de risco, deteção e tratamento atempados dos casos e vacinação com o bacilo Calmette-Guérin (vacina BCG).[8][9][10] Os grupos de risco incluem as pessoas que partilham casa ou local de trabalho com pessoas com tuberculose ativa.[10] O tratamento consiste na administração de vários antibióticos durante um longo período de tempo.[1] A resistência antibiótica é um problema crescente, estando a aumentar o número de casos de tuberculose multirresistente (MDR-TB) e a tuberculose extensivamente resistente (XDR-TB).[1]

Estima-se que cerca de um terço da população mundial esteja infetada com tuberculose latente.[1] Todos os anos ocorrem novos casos de infeção em cerca de 1% da população.[11] Em 2016 ocorreram em todo o mundo mais de 10 milhões de casos de tuberculose ativa, tendo sido a causa de cerca de 1,3 milhão de mortes.[3] Isto faz com que a tuberculose seja a principal causa de morte por doenças infeciosas.[3] Mais de 95% destas mortes ocorreram em países em vias de desenvolvimento, principalmente na Índia, China, Indonésia, Paquistão e Filipinas.[3] Desde o ano 2000 que o número de novos casos em cada ano tem vindo a diminuir.[1] Em muitos países africanos e asiáticos cerca de 80% da população apresenta prova de tuberculina positiva, enquanto nos Estados Unidos este valor é de apenas 5–10% da população.[12] A doença está presente nos seres humanos desde a Antiguidade.[13]

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r «Tuberculosis Fact sheet N°104». WHO. Outubro de 2015. Consultado em 11 de fevereiro de 2016. Cópia arquivada em 23 de agosto de 2012 
  2. Ferri, Fred F. (2010). Ferri's differential diagnosis : a practical guide to the differential diagnosis of symptoms, signs, and clinical disorders 2nd ed. Philadelphia, PA: Elsevier/Mosby. p. Chapter T. ISBN 0323076998 
  3. a b c d «Global tuberculosis report». World Health Organization (em inglês). Consultado em 9 de novembro de 2017 
  4. The Chambers Dictionary. New Delhi: Allied Chambers India Ltd. 1998. 352 páginas. ISBN 978-81-86062-25-8. Cópia arquivada em 6 de setembro de 2015 
  5. Dolin, [edited by] Gerald L. Mandell, John E. Bennett, Raphael (2010). «250». Mandell, Douglas, and Bennett's principles and practice of infectious diseases 7.ª ed. Philadelphia, PA: Churchill Livingstone/Elsevier. ISBN 978-0-443-06839-3 
  6. «Basic TB Facts». CDC. 13 de março de 2012. Consultado em 11 de fevereiro de 2016. Cópia arquivada em 6 de fevereiro de 2016 
  7. a b Konstantinos A (2010). «Testing for tuberculosis». Australian Prescriber. 33 (1): 12–18. Arquivado do original em 4 de agosto de 2010 
  8. Hawn TR, Day TA, Scriba TJ, Hatherill M, Hanekom WA, Evans TG, Churchyard GJ, Kublin JG, Bekker LG, Self SG (dezembro de 2014). «Tuberculosis vaccines and prevention of infection». Microbiology and Molecular Biology Reviews. 78 (4): 650–71. PMC 4248657Acessível livremente. PMID 25428938. doi:10.1128/MMBR.00021-14 
  9. Harris, Randall E. (2013). Epidemiology of chronic disease: global perspectives. Burlington, MA: Jones & Bartlett Learning. p. 682. ISBN 9780763780470 
  10. a b Organization, World Health (2008). Implementing the WHO Stop TB Strategy: a handbook for national TB control programmes. Geneva: World Health Organization. p. 179. ISBN 9789241546676 
  11. «Tuberculosis». World Health Organization. 2002. Arquivado do original em 17 de junho de 2013 
  12. Kumar V, Abbas AK, Fausto N, Mitchell RN (2007). Robbins Basic Pathology 8th ed. [S.l.]: Saunders Elsevier. pp. 516–522. ISBN 978-1-4160-2973-1 
  13. Lawn SD, Zumla AI (julho de 2011). «Tuberculosis». Lancet. 378 (9785): 57–72. PMID 21420161. doi:10.1016/S0140-6736(10)62173-3 

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