W. E. B. Du Bois

W. E. B. Du Bois
W. E. B. Du Bois
W. E. B. Du Bois em 1918
Conhecido(a) por As Almas da Gente Negra, Black Reconstruction in America

The Crisis

Nascimento William Edward Burghardt Du Bois
23 de fevereiro de 1868
Great Barrington, Massachusetts, EUA
Morte 27 de agosto de 1963 (95 anos)
Acra, Gana
Nacionalidade norte-americano
Cônjuge Nina Gomer Du Bois, Shirley Graham Du Bois
Alma mater
Prêmios
Assinatura
Instituições
Campo(s) Direitos civis, sociologia, história

William Edward Burghardt "W. E. B." Du Bois (Great Barrington, 23 de fevereiro de 1868[1]Acra, 27 de agosto de 1963)[2] foi um sociólogo, socialista, historiador, ativista pelos direitos civis, Pan-africanista, autor e editor norte-americano. Nascido no interior do estado de Massachusetts, Du Bois cresceu em uma comunidade relativamente tolerante e integrada. Casou-se com Nina Gomer em 1896, com quem teve dois filhos: Burghart e Yolanda. Um ano depois da morte de Nina, casou-se com Shirley Graham.[2]

Du Bois recebeu um diploma em 1888 pela Universidade Fisk, e um segundo diploma pela Harvard em 1890. Depois de dois anos de estudo na Universidade de Berlim, recebeu seu Ph.D (título de doutor) pela Harvard em 1895.[2]

W.E.B. Du Bois foi um autor prolífico, que publicou mais de vinte livros ao longo de sua vida. Além das publicações acadêmicas, escreveu novelas e poesia. Foi também um ativista ferrenho da justiça social e racial. Ele foi o principal fundador do "Movimento Niágara", no qual exercia a função de Secretário Geral. No mais, fundou o National Association for the Advancement of Colored People (NAACP), exercendo a função de Presidente do Conselho por muitos anos. Combateu abertamente questões da sua época como linchamentos, discriminação e exploração colonial, também foi o líder mundial do movimento pan-africano, servindo como Secretário do Primeiro Congresso pan-africano. Tornou-se um socialista que lutou pelos direitos das mulheres, dos judeus, e dos trabalhadores, podendo ser considerado como um dos arquitetos do movimento dos direitos civis. Fundou a American Black Academy, onde pode apoiar manifestações de arte e cultura.[3]

Du Bois ganhou proeminência nacional como líder do Movimento do Niágara, um grupo de ativistas afro-americanos que lutavam por direitos iguais para os negros. Du Bois e seus defensores se opuseram ao Compromisso de Atlanta, um acordo elaborado por Booker T. Washington que versava que os negros do sul trabalhariam e submeter-se-iam às regras políticas dos brancos, enquanto os brancos do Sul garantiriam que os negros recebessem oportunidades educacionais e econômicas básicas. No entanto, Du Bois insistiu na determinação de plenos direitos civis e aumento da representação política dos negros, que ele acreditava que seria reivindicada pela elite intelectual afro-americana. Ele referiu-se a este grupo como o décimo talentoso e acreditava que os afro-americanos necessitavam de chances para ter uma formação avançada e desenvolver sua liderança.

O racismo foi o principal alvo das polêmicas de Du Bois, tendo protestado fortemente contra o linchamento, leis de Jim Crow e discriminação na educação e no emprego. A sua causa incluiu pessoas de cor em todos os lugares, especialmente africanos e asiáticos em suas lutas contra o colonialismo e o imperialismo. Ele era um defensor do pan-africanismo[4] e ajudou a organizar vários Congressos Pan-Africanos para defender a libertação das colônias africanas das potências europeias. Du Bois fez várias viagens para a Europa, África e Ásia. Após a Primeira Guerra Mundial, ele pesquisou as experiências dos soldados negros americanos na França e documentado intolerância generalizada nas forças armadas dos Estados Unidos.

Apesar de sua luta contra o racismo, Du Bois aceitava o princípio eugênico segundo o qual os indivíduos possuiriam diferentes características inatas que os fariam mais ou menos adequados a diferentes funções sociais. Além disso, acreditava que os mais talentosos dentro de cada raça deveriam procriar para ciar uma humanidade melhor.[5]

Du Bois foi um autor prolífico considerado o pai do pan-africanismo. Sua coleção de ensaios, As Almas da Gente Negra (The Souls of Black Folk), foi um trabalho seminal na literatura Africano-Americana; e seu magnum opus de 1935, A Reconstrução Negra na América (Black Reconstruction in America) desafiou a ortodoxia dominante de que os negros eram responsáveis pelos fracassos da era da Reconstrução dos Estados Unidos. Ele escreveu o primeiro tratado científico no campo da Sociologia; e publicou três autobiografias, cada qual contendo ensaios perspicazes sobre Sociologia, Política e História. Em seu papel como editor do jornal da NAACP, A Crise (The Crisis), publicou muitas peças influentes. Du Bois acreditava que o capitalismo era a principal causa de racismo, e era geralmente solidário com os socialistas ao longo de sua vida. Ele era um ativista ardente da paz e defendeu o desarmamento nuclear. A Lei dos Direitos Civis dos Estados Unidos, incorporando muitas das reformas para que Du Bois tinha defendido toda a sua vida, foi promulgada um ano após sua morte. Faleceu em Gana, em 27 de agosto de 1963, um dia antes do célebre discurso "I have a dream" de Martin Luther King Jr.[6]

  1. MUNAGA, Kabengele (1988). Negritude: usos e sentidos. São Paulo: Ática. 88 páginas 
  2. a b c ZUCKERMAN, Phil (Org.), The Social Theory of W.E.B. Du Bois, Estados Unidos: Sage Publications, 2004, p. 2
  3. ZUCKERMAN, Phil (Org.), The Social Theory of W.E.B. Du Bois, Estados Unidos: Sage Publications, 2004, p. 3
  4. Ishmael Reed, "Eminent Contrarian", The Village Voice|Voice Literary Supplement, October–November 2000.
  5. Singleton, Marilyn M. (2014). The 'Science' of Eugenics: America's Moral Detour, Volume 19 Number 4. [S.l.]: Journal of American Physicians and Surgeons 
  6. Levering Lewis, David (29 de dezembro de 2014). «How W.E.B. Du Bois Changed Forever the Way Americans Think About Themselves (2000)». Remenber This. Consultado em 23 de julho de 2020 

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