A economia feminista é o estudo da economia em uma perspectiva de gênero. O entendimento de que na esfera econômica há um tratamento diferente de homens e mulheres derivado de seus papéis sociais historicamente construídos é uma novidade dessa abordagem, que busca ampliar o objeto de estudo da economia. Além disso, aborda a atuação das mulheres na esfera doméstica como também produzindo trabalho. Não é apenas o trabalho produtivo, destinado à transação mercantil e à troca no mercado, que deve ser investigado pela economia já que também existe o trabalho reprodutivo.[1] Esses tópicos foram muitas vezes negligenciados como objeto de estudo do campo e como importantes para a construção das teorias econômicas, que poderiam ser refinadas ao incorporarem efeitos e interações de gênero, como os que existem entre setores assalariados e não assalariados da economia.[2] Nesse sentido, torna-se crucial o desenvolvimento de novas formas de coleta e medição de dados, como o indicador medida de empoderamento de gênero (GEM), assim como teorias mais conscientes do viés de gênero, como a abordagem das capacidades.[3]
Economistas feministas incluem pesquisadores acadêmicos, ativistas, teóricos políticas e profissionais de diversas áreas.[4] Eles chamam a atenção para as construções sociais da economia tradicional, questionando até que ponto ela é positiva e objetiva, e mostrando como seus modelos e métodos são enviesados por uma atenção exclusiva aos tópicos associados ao masculino e um favorecimento unilateral do masculino em suas suposições e em seus métodos.[5][6] Enquanto a economia tradicionalmente se concentrava nos mercados e nas ideias masculinas de autonomia, abstração e lógica, os economistas feministas pedem uma investigação mais completa da vida econômica, incluindo tópicos culturalmente vistos como femininos, como economia familiar, e o exame da importância das conexões, concretude, e emoção na explicação de fenômenos econômicos.[5]
Muitos estudiosos, incluindo Ester Boserup, Marianne Ferber, Julie A. Nelson, Marilyn Waring, Nancy Folbre, Diane Elson, Barbara Bergmann e Ailsa McKay contribuíram para o desenvolvimento do campo da economia feminista. O livro de 1988 de Waring, If Women Counted, é frequentemente considerado o "documento fundador" da disciplina.[7][8] Na década de 1990, a economia feminista havia se tornado suficientemente reconhecida como um subcampo estabelecido dentro da economia para gerar oportunidades de publicação de livros e artigos para seus praticantes.[9]
"O leque de temas analisados pela economia feminista é amplo e abarca diferentes aspectos da participação das mulheres no mercado de trabalho, as problemáticas sobre as políticas econômicas e seus efeitos na vida das mulheres, a própria definição de trabalho e economia, a relação entre orçamentos públicos e a manutenção dos estereótipos e desigualdades de gênero, a elaboração de políticas públicas orientadas pela igualdade, novos enfoques e metodologias para a produção de estatísticas, entre outros."[10]
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